A confiabilidade dos sistemas elétricos depende diretamente da correta aplicação dos estudos de...
Ensaios das Funções de Proteção 50/51 com Fonte Monofásica
Os sistemas de proteção de sobrecorrente, representados pelas funções temporizada de fase (51) e instantânea (50), desempenham um papel essencial na segurança dos sistemas elétricos de média e alta tensão. No contexto das cabines primárias, muitas vezes esses dispositivos não são testados e comissionados adequadamente, comprometendo a precisão de sua atuação.
Profissionais que utilizam maletas monofásicas para testes de relés de sobrecorrente frequentemente encontram desafios na interpretação dos resultados obtidos. Para garantir medições precisas e eficientes, apresentamos três diretrizes fundamentais para a execução desses ensaios utilizando uma fonte monofásica.
#1 - Compreenda a Dinâmica das Curvas de Atuação
Para avaliar corretamente as funções 50 e 51, é essencial conhecer os padrões de curvas utilizados em proteção contra sobrecorrente. Os principais tipos são:
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Curvas de Tempo Definido (Independente): O tempo de atuação é constante, independentemente da magnitude da corrente.
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Curvas de Tempo Inverso: O tempo de atuação varia de acordo com a corrente, conforme equações padronizadas por normas internacionais.
Curvas de Tempo Definido (Independente):
Curvas de Tempo Inverso:
Enquanto a função 51 pode adotar ambos os tipos de curva, a função 50 geralmente utiliza apenas tempo definido. O ensaio de proteção com curva de tempo definido é mais simples, pois não depende da intensidade da corrente aplicada. Já nas curvas de tempo inverso, é necessário verificar os parâmetros de ajuste e utilizar a equação apropriada para calcular o tempo de resposta esperado.
As constantes irão depender do tipo da curva adotada, que deve ser verificada no ajuste do relé de proteção.
Pode-se definir um ensaio em três pontos de corrente (exemplo: 30A, 50A e 80A primários). O tempo esperado é calculado com base na equação correspondente à curva adotada. Como a injeção ocorre de forma secundária, os valores devem ser ajustados conforme a relação do TC.
Para a corrente de 30A teríamos então:

Para a corrente de 50A teríamos então:

Para a corrente de 80A teríamos então:

Como a gente faz o teste secundário, para saber a corrente a ser injetada devemos dividir pela relação do TC:

#2 – Tenha uma planilha para automatizar seus cálculos
É muito importante que você vá para o campo com todas essas rotinas bem definidas e com ferramentas que otimize seu tempo de trabalho, como por exemplo uma planilha de Excel que irá te dar agilidade e precisão no ensaio de vários relés em um mesmo dia.

Conclusão
A execução de ensaios de proteção 50/51 com fonte monofásica é um procedimento relativamente simples quando se possui o conhecimento técnico adequado e as ferramentas apropriadas. Seguindo as diretrizes apresentadas, os profissionais podem assegurar maior confiabilidade nos testes, garantindo um sistema elétrico seguro e bem protegido.